We're all mad here
Eu tinha escolhido A Culpa É Das Estrelas para começar a falar de livros aqui no blog, mas todo mundo já sabe bastante sobre a história de Hazel e Augustus. Achei clichê demais falar sobre o livro. Então escolhi Alice no País das Maravilhas (que é meu desenho favorito de todos os tempos da Disney) e suas adaptações para o cinema para abrir com chave de ouro.
E antes de tudo preciso confessar que nunca li o livro.
Alice in Wonderland é a abreviação para Alice's Adventures in Wonderland, um clássico da literatura nonsense escrito por Charles Lutwidge Dodgson, publicada a 4 de julho de 1865 sob o pseudônimo de Lewis Carroll.
O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurdo característica dos sonhos. Este está repleto de alusões satíricas dirigidas tanto aos amigos como aos inimigos de Carrol, de paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e também de referências linguísticas e matemáticas frequentemente através de enigmas que contribuíram para a sua popularidade. É assim uma obra de difícil interpretação pois contém dois livros num só texto: um para crianças e outro para adultos.
Dodgson em 1863 e Alice em 1858
Em 1862, durante um passeio de barco pelo rio Tâmisa, Charles Lutwidge Dodson, na companhia do seu amigo Robinson Duckworth, conta uma história de improviso para entreter as três irmãs Liddell (Lorina Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell). Eram filhas de Henry George Liddell, o vice-chanceler da Universidade de Oxford e decano da Christ Church, bem como director da escola de Westminster. A maior parte das aventuras foram baseadas e influenciadas em pessoas, situações e edifícios de Oxford e da Christ Church, por exemplo, o Buraco do Coelho simbolizava as escadas na parte de trás do salão principal na Christ Church. Acredita-se que uma escultura de um grifo e de um coelho presente na Catedral de Ripon, onde o pai de Carroll foi um membro, forneceu também inspiração para o conto.
Essa história imprevista deu origem, a 26 de Novembro de 1864, ao manuscrito de Alice Debaixo da Terra (título original Alice's Adventures Under Ground) com a finalidade de oferecer a Alice Pleasance Liddell a história transcrita para o papel.
Ilustração por Peter Newell (1890) |
Mais tarde, influenciado tanto pelos seus amigos como pelo seu mentor George MacDonald (também escritor de literatura infantil), decidiu publicar o livro e mudou a versão original, aumentando de 18 mil palavras para 35 mil, acrescentando notavelmente as cenas do Gato de Cheshire e do Chapeleiro Maluco.
Deste modo, a 4 de Julho de 1865 (precisamente três anos após a viagem) a história de Dodgson foi publicada na forma como é conhecida hoje, com ilustrações de John Tenniel. Porém a tiragem inicial de dois mil exemplares foi removida das prateleiras devido a reclamações do ilustrador sobre a qualidade da impressão. A segunda tiragem, ostentando a data de 1866, ainda que tenha sido impressa em Dezembro de 1865, esgotou-se nas vendas rapidamente, tornando-se um grande sucesso. Na vida do autor, o livro rendeu cerca de 180 mil cópias. Foi traduzida para mais de 125 línguas e só na língua inglesa teve mais de 100 edições.
Em 1998, a primeira impressão do livro (que fora rejeitada) foi leiloada por 1,5 milhão de dólares americanos.
Comece pelo começo, siga até chegar ao fim e então, pare.
— Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas
O livro inspirou várias adaptações cinemagráficas e televisivas. Porém os filmes originais e mais conhecidos mundialmente são Alice in Wonderland de 1951, feito em animação tradicional, e o de 2010 dirigido por Tim Burton com a participação de Johnny Depp como o Chapeleiro Maluco, ambos da Walt Disney Animation Studios.
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